23 de abril de 2013

Velho fantasma, e eu?


São Paulo, 23 de abril de 2013

Velhos fantasmas me visitam
se acomodam pela sala, quarto…
De tão velhos já não tem explicação,
forma ou cor.

Ocupam-se com suas correntes,
se dedicam a ela, abdicam.
Mutantes caminham do passado ao futuro, 
de alguém, não pertencem a ninguém.

E eu, aqui!
presa em grades, em janelas
nas noites de insônias intermináveis.
Ingrata. Imperdoável.

E eu, lá!
Sem presente, só fantasmas.
Acordados e barulhentos,
fracos mas destemidos, já que não desistem:
nem de mim e nem de lá.

E eu, imaginada e sonhada.
Amando o que não devia...
assim, sem sem ação, dos verbos 
que transitam pelo seu intransitivo.

Velho fantasma, e eu.
Taças de vinho secas,
largadas… por tantas vidas,
sem casa.

São só velhos fantasmas, e eu.
Andrea Chernioglo