11 de agosto de 2011

Cataclisma


Sentir um buraco no estômago
parece o abismo sem fim
nada amistoso,
e algumas vezes bem doloroso.

Sentir um peso no meio do peito
deixa abafado e sem respirar
é bem triste,
mas pode ser um chiste.

Sentir os pés formigarem
por tanto tempo parados
é por estarem transtornados
em um sapato vermelho apertado.

Sentir as mãos paralisadas
calma, é sua farsa consistente
que chega a ser indolente,
e suas luvas são inconsitência criativa.

Sentir a boca amarga,
sem voz, grito ou cantiga ruim
queima em mim
e não é ainda o fim.

E o carinho para onde foi?

Esquecido!

Foi parar naquele lugar (aquele mesmo!)
um buraco multidimensional
tanta dimensão desigual,
ficou oval.

E para onde foi o amor?

Escondido?

Onde todas as coisas que foram perdidas
na minha casa, na minha rua e cidade
rumaram empolgadas, algumas nem tanto
em plena luz do dia.

Andrea Chernioglo