28 de setembro de 2006

Nascituro

Nascituro (2004): Gerado mas não nascido.
Quantos sonhos, desejos e devaneios cabem em um segundo da imaginação.
E, quantos realmente se tornarão reais.

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"Sonhei que pintava

porém,

a tela insistia em continuar
sempre
em seu estado natural...
em branco."


24 de setembro de 2006

Presente Ausente

Presente Ausente (2004):
Alguns devaneios querem ser presentes
mas jamais deixam de ficar ausente.


O quão hipócrita pode ser o amor?

Ele tem o poder de arremessar
uma alma além do horizonte,

às vezes, esse poder faz caminhar
por estrelas distantes, sorridentes...

e, deixa a mais bela e doce melodia monocromática.


Alguns sorrisos já são imunes

outros profundamente infectados, doentes.

Existem aqueles que ficaram anos,
décadas
e algumas vezes séculos
encubados, guardados e escondidos...

Outros jamais passarão de um esboço,
de palavras que não rimam,

poucos devaneios na fumaça de um cigarro.


Há os que se consomem até a última chama

e, se perdem na escuridão...


Alguns podem ser passado muito distante,
mas outros são simples presente

e, não passam jamais.


Andrea Chernioglo

10 de setembro de 2006

Fechado


Fechado (2004) O que se fecha espera-se que jamais retorne a abrir, mesmo que suas cicatrizes doam de vez em quando.
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Qual é a imagem,

que levanta um olhar
no pedaço de espelho?

Que pedaço
de olhar perdido,

tenta encontrar
um pedaço de espelho.

Que pedaço do corpo
toca um pedaço qualquer,
de um espelho qualquer,
e busca apressado a aurora.

Qual é o pedaço dessa aurora,
que toca um pedaço de espelho
no mundo de alguém.

Que pedaço de alguém
perdido em um pedaço
qualquer,

de um mundo qualquer.
levanta um olhar
qualquer.

E quantos desses pedaços
de espelhos
poderiam ser apenas
lágrimas.


7 de setembro de 2006

Crepúsculo

Crepúsculo (2004) A luz frouxa que precede o nascer do sol e persiste algum tempo depois de ele se pôr. Entardecer, anoitecer.
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Quero seguir o caminho dos ventos,

que embolam as nuvens com dedos miúdos.
Que acariciam as árvores com todas as partes do seu corpo.
Que se aquecem nos raios de sol, sem deixar de caminhar pelo céu.
Que tem sonhos marotos ao luar.
Que choram escondidos nas chuvaradas do verão.
Que não sentem falta de nada pois tem todo o mundo.
Que não precisam explicar nada.
E que de seus passos e da sua caminhada,
nasce sempre uma poesia.

Andrea Chernioglo