9 de novembro de 2011

Parte de mim

2

Como seria acordar
e ter as mãos vazias,
sem desenhos, sem linhas
ou marcas.

Meus caminhos,
não contariam mais histórias
daquilo que ainda não pode acontecer.

Continuaria vivendo assim:
sem as antigas marcas e,
não teria que me preocupar
com o envelhecimento da nova linha.

Meus destinos,
Poderiam se revoltar?
De ter deixado tantas mãos vazias
de amor, trabalho e coração.

Meu tempo,
deixaria de correr pelas linhas das mãos
e cansado, sem mapa
correria um risco: não chegar ao futuro.

De quem?

Quem?

Um dia, ainda escravo
livre, liberto sem marcas e linhas, desenho ou arte
deixará esse mundo por outro mundo.

Afogado em linhas cruzadas
lá no infinito, finito,
da minha própria mão.

Andrea Chernioglo