25 de agosto de 2006

Dois tempos verbais

2 Tempos verbais (2004): Quando presenciamos algo, um tempo pode escolher em que parte do tempo podemos estar. Todos e tudo faz suas escolhas
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Salve.
A existência do novo
amor que caminha
sobre o orvalho,

sorriso que brilha
como um sol

Novo.
Sem forma
para o olhar
mas já vivo na alma
,
sucumbe,
e busca onde jamais imaginou
um tráfego de sonhos em preto e branco

Busca,
Um céu azul com
o canto lírico das aves,
sons e imagens que embora desconhecidos
já são uma lembrança

Único,
Sem forma, sabor ou cor
mas real
mesmo sem saber quem é
ou será qual é?

Amor.

Andrea Chernioglo

24 de agosto de 2006

Esferas

Cada tela tem um título que conta sobre o momento do seu nascimento, da força que a tornou real, quais foram as circunstância que tornam seu nascimento um acontecimento cósmico.
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Esferas (2004) Juntas podem significar algo conhecido mas algumas vezes podem apenas ser.
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Colocar no papel
escrever
cada símbolo é como um
imenso quebra-cabeça
muitas vezes
sem pé nem cabeça
Mas
talvez por magnetismo
se unem em um matrimônio fugaz
juntam-se
ora aqui e outras vezes
acolá
Muitas vezes se repelem
gritam
choram
até se complementarem
unificados
até teimam em ser eternos
Uma eternidade que dura
o tempo irregular de um olhar
ou apenas de um sonhar.

Andrea Chernioglo

23 de agosto de 2006

Pensamentos

Este é um antigo texto, porém sempre dirá (ou representará) o que quero dizer ao pintar uma tela talvez se torne uma boa maneira de começar algo que não sabe-se onde irá dar.
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A poética da curva

O exercício de sonhar é inerente à arte.

Essa essência é a busca do caminho criado pela força da curva, a manifestação da alma que ao ousar em tantas direções cria universos inteiros em contrastes, formas, linhas, movimentos, ritmos, cores, valores, corpos, paisagens, profundidades,
intensidades e ilusões.

Quando a obra torna o invisível visível é como ter desejos materializados ao deslizar o olhar pelas curvas
irregulares dos próprios sonhos refletidos na obra de arte.

Nada aqui é previsível ou reconhecível pela ótica do consciente.

A curva é como um mapa para um olhar que testemunha uma voz que desde os primórdios da civilização ecoa em busca de um corpo tão sinuoso quanto o da mulher.


Andrea Chernioglo