9 de novembro de 2011

Parte de mim

2

Como seria acordar
e ter as mãos vazias,
sem desenhos, sem linhas
ou marcas.

Meus caminhos,
não contariam mais histórias
daquilo que ainda não pode acontecer.

Continuaria vivendo assim:
sem as antigas marcas e,
não teria que me preocupar
com o envelhecimento da nova linha.

Meus destinos,
Poderiam se revoltar?
De ter deixado tantas mãos vazias
de amor, trabalho e coração.

Meu tempo,
deixaria de correr pelas linhas das mãos
e cansado, sem mapa
correria um risco: não chegar ao futuro.

De quem?

Quem?

Um dia, ainda escravo
livre, liberto sem marcas e linhas, desenho ou arte
deixará esse mundo por outro mundo.

Afogado em linhas cruzadas
lá no infinito, finito,
da minha própria mão.

Andrea Chernioglo

7 de novembro de 2011

Uma parte de mim

1
Parte de mim
assim sem despedida,
aceno ou memória.

Encontra a linha,
do horizonte sem um fim.

Mesmo antes da palavra qualquer
palavra, parte de mim!

Grita enclausurada,
com pés no chão e casulos de nuvens
sem forma de flores.

Presente?

Parte distante de mim.
Se encontra um desejo ardente,
e, também, um iceberg imenso.

Parte de mim… Volta para mim!
Mesmo nos excessos de mim.