Parte de mim
Como seria acordar
e ter as mãos vazias,
sem desenhos, sem linhas
ou marcas.
Meus caminhos,
não contariam mais histórias
daquilo que ainda não pode acontecer.
Continuaria vivendo assim:
sem as antigas marcas e,
não teria que me preocupar
com o envelhecimento da nova linha.
Meus destinos,
Poderiam se revoltar?
De ter deixado tantas mãos vazias
de amor, trabalho e coração.
Meu tempo,
deixaria de correr pelas linhas das mãos
e cansado, sem mapa
correria um risco: não chegar ao futuro.
De quem?
Quem?
Um dia, ainda escravo
livre, liberto sem marcas e linhas, desenho ou arte
deixará esse mundo por outro mundo.
Afogado em linhas cruzadas
lá no infinito, finito,
da minha própria mão.
Andrea Chernioglo