17 de abril de 2012

O tempo



O tempo compõe a melodia do riso
sempre, aos poucos, esculpida por pequenas lascas
dos restos roubados, tirados de mim.
Paciência e ausência com um toque sadomasoquista.


O tempo desenha jocoso o riso,
rebola ao ritmo, orientado em direção a rosa dos ventos,
cercada. Pontos, cardeais crédulos mentem sempre.
Rebolam sem ritmo, estáticos: dentro de mim.

O tempo fantasia o riso
destruído por guerras, do meu sangue 
sem a minha alma, sacrificada.
Na volta da cintura, em torno de mim.
Revolta. Sobram escombros.

O tempo brinca com o riso na ruína
e eu? Do som, lá pareço.
Nuvem de poeira sem rosa, sem vento
ritmo ou movimento ao tempo.

E o tempo chove… Arreigado.
Eu renasço…

Cicatrizes são tatuagens,
adornos dos sonhos esquecidos. Idos.
Marcado tempo, erguido ao som
de uma fantasia do riso.

Andrea Chernioglo